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PILOTO |
Histórico do Polo de Confeções:
UMA ECONOMIA DINâMICA BASEADA NA INFORMALIDADE
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Nos anos 80, as costureiras adotaram bancos de madeira, espalhados de forma desorganizada nos dias de
feira livre. Somente em 2004 surgiu o Moda Center, hoje presente em Santa Cruz, Toritama e Caruaru. São
enormes galpões com centenas de boxes, onde as roupas são vendidas diretamente a compradores de
todos os cantos do país. Mas a tradição também continua com a Feira da Sulanca, realizada toda segunda
feira a céu aberto, atraindo muitos compradores.
Cultura da informalidade
Até hoje, a produção continua em grande parte dentro das casas, garagens e pequenos galpões, onde
costureiras e costureiros (os homens acabaram entrando na produção) dividem pequenos espaços com
máquinas, tecidos amontoados e muito calor. Para evitar a fiscalização, a maioria trabalha com as portas
fechadas.
L., que trabalha há 12 anos nesse segmento, retrata bem a cultura da informalidade, arraigada na região:
“já trabalhei formal e agora estou informal, mas o serviço e o salário são iguais, não tenho férias no papel,
mas tenho período de descanso e, quando preciso trabalhar mais, ganho hora extra”, explica.
Mas existem empresas maiores e legalizadas, como a confecção de José Robélio da Silva, que produz
60 mil peças por mês e contrata 120 funcionários. Ele próprio já trabalhou na informalidade. Em 1986,
resolveu registrar a confecção, porque queria crescer e precisava da nota fiscal, mas só passou a registrar os
funcionários dez anos depois. Hoje, ele defende a formalização: “valeu a pena porque não tem coisa melhor
do que a tranquilidade”.
Os empregados reconhecem o avanço, como Danilo Alves, que trabalha há 16 anos com Robélio: “não vejo
vantagem em trabalhar na informalidade, a gente ganha mais agora, mas no futuro não vai valer a pena”.
O polo têxtil do Agreste de Pernambuco é o segundo do Brasil e surgiu
de maneira totalmente informal.
PILOTO
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Confecções no Agreste pernambucano
UMA ECONOMIA DINâMICA
BASEADA NA INFORMALIDADE
Historicamente voltada para a agricul-
tura, a região de Caruaru foi obrigada a
mudar sua base econômica na década
de 70 por causa da seca. Tudo começou
quando alguns comerciantes
compraram em São Paulo tecidos para
suas mulheres. Eram as “elancas”, que
foram usadas para costurar colchas
de retalhos, e as milongas, shorts
feitos com quatro pedaços de tecido.
Essas mulheres costuravam em casa e
vendiam as roupas nas calçadas. Logo,
as peças atraíram compradores de
outros povoados, levando as costureiras
a contratar ajudantes para aumentar a
produção.
José Robélio aponta vantagens da formalização.
Foto: Conceição Amaral
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