Estudos e Pesquisas – As greves em 2005
Permanece expressiva a quantidade de greves de advertência deflagradas pelos
trabalhadores. A participação de tais mobilizações, que se diferenciam das demais pela
programação antecipada do seu término, subiu de 25% do total de greves em 2004 para 34%
no ano seguinte. Em 2005, a ampla maioria (82%) delas teve sua extensão limitada a um
único dia (48% com duração registrada de oito horas). Apenas oito greves de advertência se
prolongaram por dois dias, enquanto outros sete movimentos dessa natureza provocaram
paralisação das atividades por três dias. As greves de advertência mais extensas afetaram seus
alvos durante cinco, sete e nove dias num mesmo mês. Tal foi o caso dos funcionários
administrativos da Uneb (Universidade da Bahia), que fizeram, em maio, uma greve
programada para durar uma semana útil e dos bancários, cuja campanha salarial nacional
envolveu uma paralisação das atividades durante cinco dias esparsos em setembro. Nesse
mesmo mês, os auditores da Receita Federal deflagraram três blocos de greves semanais,
interrompendo as atividades por dois dias na primeira semana escolhida, outros dois na
segunda e mais três na terceira, num total de sete dias afetados no mês. Em junho, a
Volkswagen de São Bernardo do Campo (SP) sofreu interrupção descontínua das atividades
por nove dias, num total de pouco mais de 50 horas, com duração diária variável.
TABELA 13
Greves de advertência, segundo a duração dos movimentos
Brasil, 2005
Greves
Dias afetados
Duração da greve
%
até 2 horas
18
17,8
mais de 2 a 6 horas
17
16,8
1
8 horas
48
47,5
2 horas
1
1,0
4 horas
1
1,0
5 horas
1
1,0
2
16 horas
5
5,0
7 horas
1
1,0
18 horas
1
1,0
19 horas
1
1,0
3
24 horas
4
4,0
5
40 horas
2
2,0
7
56 horas
1
1,0
Total
101
100,0
Fonte: DIEESE